terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Há bênçãos que implicam em ter que mudar

“Mas se não lançardes fora os moradores da terra de diante de vós, então os que deixardes ficar vos serão por espinhos nos vossos olhos, e por aguilhões nas vossas virilhas, e apertar-vos-ão na terra em que habitardes...” (Números 33:55-56)
O trecho acima diz respeito a uma promessa que Deus fez para o povo de Israel por intermédio de Moisés. Havia pouco, Arão, seu irmão, falecera e isso, na mesma época em que o rei cananeu dirigiu seu povo até às margens do Rio Jordão, pois soubera que Israel ia em direção de sua terra.
Deus, então, mostrando para Moisés a direção em que estavam acampados os cananeus, lhe promete que aquela é a terra que ele separara para os descendentes de Abraão e que assim que atravessassem o Jordão, todos os moradores daquelas terras seriam lançados fora dali (talvez para outras terras).
Mas aqui é necessário que observemos a admoestação divina ao líder israelita: eles deveriam se livrar do convívio de todos quantos fossem aqueles que não estavam na margem anterior do Jordão e, até poderiam não fazê-lo tolerando, assim, sua companhia, mas se assim o fizessem, seus “hóspedes” seriam a razão de seu próprio sofrimento até que se percebessem esbulhados da terra que lhes fora dada.
A conclusão me parece inevitável: alguns convívios devem ser apartados de nossa vida ou perderemos o melhor que Deus tem para nos dar. E não me refiro apenas às pessoas com quem convivemos no nosso dia a dia. Se voltássemos no texto, veremos que Deus se refere às pinturas, suas imagens de fundição e seus altares.
E antes de ser mal interpretado já faço meu registro: não estou escrevendo contra as “imagens dos santos da igreja católica”. Quando leio que Deus determinou que restariam destruídas as pinturas, imagens de fundição e altares, entendo que serão destruídos tudo o que pudesse representar um pacto com uma vida anterior ali vivida, da mesma forma em que julgo ser importante que diante de certas realidades, sejamos nós a vivermos diferentes da vida que vivemos.
Buscar o melhor de Deus, mas trazer para o nosso dia a dia aquilo que diverge de Sua santidade, seu amor e sua justiça, é nos revestirmos de espinhos que nos flagelarão e que, se não forem extirpados, nos apartarão de habitarmos, não apenas de tudo quanto Deus nos tem preparado, mas – e isso é o mais terrível – de vivermos em Deus e Ele em nós.
E daí muitas vezes as pessoas não entendem o vazio do canto, a tristeza do riso e a opacidade dos olhos, tampouco entendem a dor que parece não ter razão e o buraco que parece impossível de preencher. Muitas vezes é esse espinho incômodo que de tão acostumado, você nem vê, mas que de tempos em tempos ele insiste em doer.

E vou além: a gente sempre sabe o que é preciso mudar quando não se quer perder ou empatar.

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