“Mas se não lançardes fora os
moradores da terra de diante de vós, então os que deixardes ficar vos serão por
espinhos nos vossos olhos, e por aguilhões nas vossas virilhas, e
apertar-vos-ão na terra em que habitardes...” (Números 33:55-56)
O trecho acima diz respeito a uma
promessa que Deus fez para o povo de Israel por intermédio de Moisés. Havia
pouco, Arão, seu irmão, falecera e isso, na mesma época em que o rei cananeu
dirigiu seu povo até às margens do Rio Jordão, pois soubera que Israel ia em
direção de sua terra.
Deus, então, mostrando para
Moisés a direção em que estavam acampados os cananeus, lhe promete que aquela é
a terra que ele separara para os descendentes de Abraão e que assim que
atravessassem o Jordão, todos os moradores daquelas terras seriam lançados fora
dali (talvez para outras terras).
Mas aqui é necessário que
observemos a admoestação divina ao líder israelita: eles deveriam se livrar do
convívio de todos quantos fossem aqueles que não estavam na margem anterior do
Jordão e, até poderiam não fazê-lo tolerando, assim, sua companhia, mas se
assim o fizessem, seus “hóspedes” seriam a razão de seu próprio sofrimento até
que se percebessem esbulhados da terra que lhes fora dada.
A conclusão me parece inevitável:
alguns convívios devem ser apartados de nossa vida ou perderemos o melhor que
Deus tem para nos dar. E não me refiro apenas às pessoas com quem convivemos no
nosso dia a dia. Se voltássemos no texto, veremos que Deus se refere às
pinturas, suas imagens de fundição e seus altares.
E antes de ser mal interpretado
já faço meu registro: não estou escrevendo contra as “imagens dos santos da
igreja católica”. Quando leio que Deus determinou que restariam destruídas as
pinturas, imagens de fundição e altares, entendo que serão destruídos tudo o
que pudesse representar um pacto com uma vida anterior ali vivida, da mesma
forma em que julgo ser importante que diante de certas realidades, sejamos nós
a vivermos diferentes da vida que vivemos.
Buscar o melhor de Deus, mas
trazer para o nosso dia a dia aquilo que diverge de Sua santidade, seu amor e
sua justiça, é nos revestirmos de espinhos que nos flagelarão e que, se não
forem extirpados, nos apartarão de habitarmos, não apenas de tudo quanto Deus
nos tem preparado, mas – e isso é o mais terrível – de vivermos em Deus e Ele
em nós.
E daí muitas vezes as pessoas não
entendem o vazio do canto, a tristeza do riso e a opacidade dos olhos, tampouco
entendem a dor que parece não ter razão e o buraco que parece impossível de
preencher. Muitas vezes é esse espinho incômodo que de tão acostumado, você nem
vê, mas que de tempos em tempos ele insiste em doer.
E vou além: a gente sempre sabe o
que é preciso mudar quando não se quer perder ou empatar.
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