domingo, 9 de novembro de 2014

O Segredo de um relacionamento íntimo com Deus

É difícil deixar de acreditar que Deus ajuda sim e que de uma forma ou de outra ele coopera pelo bem dos que Ele ama. É aí que me pego pensando em Davi. Ele acreditava que Deus o ajudaria a vencer Golias e por isso o desafiou e sabia que ele não teria tempo pra mais do que uma pedra e mesmo crendo em Deus e que seria com aquele lançamento primeiro que ele mataria o gigante, ele pegou 05 pedras porque ele era humano, apesar de ser “o homem segundo o coração de Deus”, ele era homem e como homem tinha medo, porque confiar em Deus não é ser desprovido de medo, ter fé não é ter que ter certeza e não ter dúvidas.
E David pegou as 05 pedras e graças à Deus, acertou na primeira. Esse mesmo Davi que nunca saia pra uma batalha sem consultar a Deus primeiro e que quando saiu por conta foi humilhado
Cada qual naquilo que foi chamado, foi o recado de Samuel pra Saul quando ele disse: tem o senhor mais prazer em sacrifícios do que em que obedeçam a sua palavra? Melhor é obedecer que sacrificar. O prazer maior de Deus e os meus anos de vida e tudo quanto eu já vi acontecendo me fazem pensar e crer que o prazer dele não está em levantarmos e reunirmos um pouco de força pra tolerar duas horas de um culto, mas de saber que nós tomamos nossas decisões na certeza de que - conforme ele mesmo falou pra Josué - onde quer que tocarmos a planta dos nossos pés, ali será nosso e será abençoado; que conforme ele falou para Abraão, onde nossas vistas alcançarem e os nossos sonhos chegarem, nós sabemos que Ele pode fazer acontecer. E não importa que o outro escolheu os campos verdes e você a terra deserta, porque até do deserto Deus é capaz de fazer brotar água e saciar o sedento, como fez com Hagar e Ismael.
Gosto quando Paulo fala que aprendeu tanto a ter abundancia como a passar necessidade porque nessas coisas e em todas as maneiras ele aprendeu que poderia todas as coisas desde que sujeito à graça e ao amor daquele que o fortalece.
Um relacionamento íntimo com Deus não está nas privações a que você se sujeita, nem na quantidade de horas que você passa de joelhos, mas no quanto ele é verdadeiramente fundamental na sua vida como um todo e não só naquele momento.
É a confiança de que ainda que tudo esteja ruim, não há nada que não possa reverter e nisso nós temos o exemplo de Jó.
Ainda que não tenhamos a casa no Morumbi, temos nosso teto que nos serve de abrigo (por mais simples que seja) e quando nós nos dermos conta de que isso é bom, que é sorte nossa de tê-lo, e darmos graças a Deus por ele, ao invés de questionarmos o porque não temos um melhor, aí nós estaremos entendendo o que Deus espera da gente, nada mais que gratidão.
Eu demorei pra entender o ditado que desde pequeno eu ouço de minha avó: quem não agradece o pouco, o que dirá do muito? Eu pensava: mas no muito que eu vou agradecer, mas não é verdade, a gente acaba sempre querendo mais... e esquece de agradecer pelo que tem; pela roupa que veste ou pelo carro que anda enquanto tantos ficam no ponto de ônibus, na chuva. Pela carne que come, enquanto muitos não têm nem arroz.
E a tudo isso devemos dar graças a Deus
Por podermos ir ao médico quando doentes sem ter que enfrentar filas nos corredores porque é uma condição que se temos, é graças a deus e a medida que aprendemos a agradecer o pouco, estaremos prontos para o muito.
Sendo Jesus o filho de Deus, ou sendo ele tão-somente um homem muito sábio como creem alguns, ele deixou muitos ensinamentos simples: Deus não se importa com o tanto que você ora, nem com o tanto que você dá de oferta, nem se você dá o seu dízimo.
O que importa pra Ele é saber o quanto Ele importa pra mim, pra você. Ou não foi isso que ele quis saber de Abraão ao pedir o sacrifício de Isaque?
E Abraão sempre crendo que Deus providenciaria o cordeiro, mas se não providenciasse, Deus traria Isaque dos mortos se preciso porque havia uma promessa, uma promessa de que ele seria o pai de uma grande nação e em romanos fala que dando glória a deus, Abraão foi se fortalecendo na fé.
E também não foi a toa que a oferta da viúva que se destacou dentre a dos fariseus. Ela só tinha aquela moeda e foi a que ela deu.
O segredo da verdadeira adoração a Deus, penso eu, é sermos verdadeiramente agradecidos e no mais veremos a resposta, afinal, a promessa que se fez foi para todos nós.
Então, se você tem plano e precisa de uma estratégia, faça como Davi: duvide, pergunte e você saberá.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Na dúvida, escute o teu pastor

Não que eu ache que os pastores tenham todas as respostas ou que eles tenham das melhores respostas. Contudo, apesar do que a grande mídia tenta sugerir, a grande maioria dos pastores são pessoas boas, pessoas de bem. Óbvio que cada vez mais a igreja vai se assemelhando a uma grande empresa espalhada nos mais diferentes rincões desse país, produzindo muita riqueza e ganhando influência política. E sim, isso subiu à cabeça de muitos pastores que começaram a crer – não sei de forma tola ou consciente – que o rendimento financeiro de sua igreja se confundia com uma aprovação de Deus à sua conduta. Essa parte é realmente lamentável.
Mas não quero falar desses pastores que fizeram do episcopado profissão ao invés de vive-lo por vocação ou que fizeram das igrejas pequenas monarquias em que a vontade de Deus parece menos importante que a hereditariedade. Quero falar dos pastores de verdade, homens comprometidos em, cada qual com a sua limitação, ajudarem a igreja a não andar na contramão da vontade divina.
Quem está escrevendo aqui é alguém que tem muita dificuldade em ouvir. Recentemente, durante um culto específico, assista – mais do que ouvia – um pastor que tem todo o meu respeito (e ainda que meu respeito não signifique nada e nem faça diferença alguma pra quem quer que seja, é raro quem o tenha mais do que é educado respeitar – e ele tem todo!) e esse pastor, ainda mais sério do que costumeira é e com o tom de voz bastante grave e circunspecto, falava de pessoas como eu que, como vocês podem observar nos textos anteriores, tende a questionar muitas convenções.
Em um primeiro momento aquela fala me incomodou por demais. Mas muito mesmo. Até por imaginar que ali eram poucos os que como eu não só discordam, como expõe as razões de sua discordância, foi inevitável vestir a carapuça que muito provavelmente nem me fosse destinada (não há porque me dar uma importância que não me pertence). Durante toda a sua explanação, objetiva, direta e meticulosa, esse pastor deixava bastante claro que não procurava “dominar” ninguém, tampouco sujeitar os ouvintes ao seu modo de vida. Não. Por todo o tempo ele apresentava a sua preocupação com aqueles que ousavam questionar a Bíblia como um livro absoluto, o que – baseado nesse “livro” – poderia conduzir à danação.
Só que naquele preciso momento, naquela precisa situação, tudo o que eu conseguia fazer, da distância em que me encontrava e de onde poucos me viam, eu não ouvi assim, como relato agora. Àquela altura, em meio a uma multidão que não cuidava de mim, só conseguia balançar a cabeça. Não conseguia aprovar.
O dia seguinte amanheceu e durante todo ele eu remoía aquela palavra. Meu incômodo foi tanto que mesmo o dia seguinte sendo dia de retornar à igreja, eu preferi ficar em casa. Daquilo que ouvi junto de todos os demais, uma parte do meu orgulho queria direcionar à minha inteligência dos fatos, ao mesmo tempo em que refletia a respeito da passividade da maior parte do auditório. E foi aí que eu percebi. É um grande auditório.
“Cada cabeça, uma sentença!”, diriam os revolucionários entusiastas da grande invenção” de Joseph-Ignace Guillotin. Mas, também nós, herdeiros de Camões podemos ler essa frase como se cada cabeça fosse capaz de pensar e construir suas próprias “sentenças”, no seu aspecto gramatical.
E ali éramos mais de 800 cabeças, cada uma com uma história, um medo, um arrependimento, uma ideia, um sonho... ou vários desses que pontuei como se fossem um. O pastor precisa dar uma palavra para 800 pessoas que tiveram criações diferentes, instruções diferentes, psiques diferentes, expectativas diferentes e precisa que faça sentido pra todas. Como ele conseguiria atender tantas demandas com uma só palavra? Não conseguiria, nem jamais conseguirá...
Dessa forma, o pastor precisa escolher o que parece mais adequado à generalidade dos que o ouvem. Precisa confiar na sua verdade e apresenta-la, sujeitando o seu pensamento ao pensamento de uma maioria que precisa entender que ele não está ali para agradar, nem pra controlar ou pra punir, mas que ele espera, sim, contribuir para que – nas próxima vida que cremos nos dará Cristo – estejamos todos juntos sem que ele tenha que dar conta do que deixou de dizer.
O pastor não tem como saber tudo, mas ele não tem a intenção de errar. Se você pensa diferente do teu pastor e tem medo daquilo que você pensa diferente do teu pastor e esse medo te causa dúvida, talvez seja o caso de você tentar entender o porquê do teu pastor pensar diferente e o quanto você realmente acha que deve pensar diferente do teu pastor.
Mas se você tem dúvida e não sabe para onde ir, o pastor vai ter sempre uma solução que se adeque a todos e que parece boa. Então, na dúvida, escute a voz do teu pastor.