Eis que amas
a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. Purifica-me com
hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. Faze-me
ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. Esconde a tua
face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó
Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da
tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a
alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. (Salmos 51:6-12)
É porque “a recíproca é
verdadeira”: a ausência de Deus é causa de ausência de alegria. Lógico que os
que não se ocupam de pensar ou querer agradar a Deus não deixam de ter seus
momentos de alegria, mas há uma alegria diferente que vem do conhecer e
conviver mais próximo de Deus.
O Salmo 51 nos mostra a
profundida do autoconhecimento de Davi e do conhecimento dele a respeito de
Deus e do que Deus poderia lhe proporcionar. Sabendo-se autor de um pecado
gravíssimo (ter mandado Urias à guerra pra que ali morresse e Davi desposasse
Bate-Seba), Davi reconhece a sua dependência da presença de Deus e Lhe suplica:
“não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito”.
Davi foi testemunha ocular do
quão terrível foi para Saul perder a comunhão com o Espírito de Deus e quantos
foram seus assombros quando se viu lançado fora da presença divina. Davi sabia,
então, que poderia perder tudo quanto tivesse, mas que não poderia perder essa
comunhão e então pede pela misericórdia divida para que a sua vida se renovasse
e ele pudesse, com a sabedoria e com o perdão que lhe viriam da parte de Deus, ele
voltaria a ser feliz de novo.
Muitas vezes nós não entendemos a
ausência de contentamento que experimentamos na nossa vida. Sentimos dor,
angústia, tristeza e muitas vezes dizemos que não sabemos porque já que não
parece haver motivo para que não estejamos bem. No mais das vezes, o vazio que
sentimos e não entendemos é o que tem a ser preenchido pela presença real e
viva do Deus todo poderoso.
Se nos apresentarmos perante
Deus, pedirmos perdão pelas nossas transgressões, que Ele preencha o vazio que
a sua falta nos causa e que Ele nos dê a sabedoria para conduzirmos nossas
vidas com o coração mais puro possível, certamente descobriremos a paz e a
alegria de fazer o bem, retribuir com o bem, com a melhor porção de nós para os
que nos rodeiam e enxergam – em nós – alguém que vive na comunhão com um Deus
que sustém por Seu amor.
Não é possível se presumir viver
uma vida sem erros, sem desvios, sem pecado, mas é possível se querer viver uma
vida mais próxima daquilo que Deus espera de nós. Para isso, basta que nos
queiramos mais próximos dEle, O recebamos mais perto de nós e nos preocupemos
em lembrar que Ele tudo sabe e tudo vê, que o pecado lhe ofende, mas ofende
menos do que a vontade que move o pecado consciente, aquele pecado que não se
importa de pecar.
Não é o pecado que nos afasta de
Deus e, consequentemente, nos faz mais triste. O que nos afasta de Deus e nos
faz mais tristes e menos sábios é como convivemos com o nosso pecado. Se
acharmos que pecar é normal e não tem problema e, então, continuarmos pecando
pelo prazer que o pecado traz, estaremos mais distantes de Deus (porque nos
pusemos longe). Mas se confessamos o nosso pecado (a Deus e não aos homens ou à
igreja) e apresentamos um coração dolorido por esse pecado arrependido, então
seremos mais forte, mais sábios, mais limpos e mais de Deus. E se somos de Deus,
somos melhores pra nós e pra quem nos cerca, já que santificados na Sua
santidade.
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